Que bela fotografia!
A cidade de Manaus em 1896.
Estamos em qual época agora?

Panorama da cidade de Manaus, de George Huebner

Jardim da Quinta da Boa Vista, residência do imperador D. Pedro II, de Keller-Leuzinger

Anúncio do estúdio de George Huebner de 1900

— Mais ou menos entre 1860 e 1899, segunda metade do século XIX.
    A fotografia surge, primeiro, com o método da daguerreotipia. Depois, vira uma febre no mundo. A fotografia colaborou muito com a produção científica e artística e a Alemanha foi um país pioneiro em formar fotógrafos e ensinar essa arte aos interessados.

— Eu adoro tirar fotos! São uma boa maneira de preservar memórias. Imagino que fotos deviam ser preciosas antigamente, por mostrar com detalhes o dia a dia das pessoas no Brasil.
    Quem são os fotógrafos que vamos conhecer agora?

— O primeiro é Franz Keller-Leuzinger, nasceu na Alemanha em 1835. Suas fotografias são a respeito da Amazônia, mas também fez gravuras. Foi contratado pelo governo brasileiro em 1856 e viajou por muitos estados do país.
    Ele teve uma sorte: casou-se com a Sabine Leuzinger.
    Assim, assumiu um famoso estabelecimento de fotografias: a Casa Leuzinger.
    Imagine, a Casa Leuzinger pertencia ao sogro de Franz, onde ele trabalhou com o fotógrafo brasileiro Marc Ferrez, muito importante até hoje. Franz Keller-Leuzinger fez ainda uma expedição com August Frisch, viagem que deu origem à obra Vom Amazonas und Madeira, sobre os rios Amazonas e Madeira, com esboços e descrições de suas aventuras.

— Qual outro fotógrafo foi importante?

— Ah, com certeza Alberto Henschel! Ele nasceu em Berlim em 1827. Veio para Recife em 1866. Não só virou um dos principais fotógrafos alemães no Brasil na época, mas também tinha um tino para os negócios.
    Chegou a abrir quatro estúdios em diferentes partes do país! Acabou se especializando em retratos. É dele uma grande coleção de fotos da população afrodescendente escravizada e livre no Rio de Janeiro.

— Bem interessante, Arabella. Como se diz “bem interessante” em alemão?

Sehr interessant!
    Ainda temos um terceiro fotógrafo importante: George Huebner. Além de fotógrafo, foi botânico e naturalista. Nasceu em Dresden em 1862 e veio ao Brasil em 1885. Nessa época, já havia o Ciclo da Borracha. Manaus era uma cidade em ascensão econômica. Por lá ele instalou um estúdio e documentou o apogeu da cidade.
    Ainda colaborou com Theodor Koch-Grünberg, etnólogo alemão. Esses trabalhos são relevantes até hoje.

— Arabella, já que estamos na região norte do país, você pode falar mais daqui?

Natürlich! Óbvio! Adoro voar pelos céus amazônicos. Vamos então visitar o rio Xingu!

Retrato fotográfico de uma vendedora de frutas na cidade do Rio de Janeiro, de Alberto Henschel

Daguerreotipia

Daguerreotipia é o processo de fixar imagens e transformá-las em um registro visual. Quando surgiu, essa tecnologia colaborou para a produção científica e artística da época. Esse fenômeno integrou a galeria dos grandes inventos da história da modernidade.

“Um daguerreótipo consiste em uma imagem única e positiva, formada diretamente sobre placa de cobre, revestida com prata e, em seguida, polida e sensibilizada por vapores de iodo. Depois de exposta na câmera escura, a imagem é revelada por vapores de mercúrio e fixada por uma solução salina.”

Veja mais sobre processos fotográficos do século XIX no glossário: 

http://brasilianafotografica.bn.br/?tag=daguerreotipo

Marc Ferrez

Marc Ferrez (1843-1923) nasceu na cidade do Rio de Janeiro e é considerado um dos principais fotógrafos brasileiros do século XIX. Sua obra está à altura dos grandes nomes da fotografia mundial. Boa parte da sua produção fotográfica foi realizada na cidade do Rio de Janeiro e entornos, além de possuir trabalhos que revelam um grande panorama da paisagem brasileira oitocentista.
Confira parte de sua obra e uma cronologia de vida no site da Brasiliana Fotográfica:

http://brasilianafotografica.bn.br/?p=13570