> åpari – nadar – schwimmen

> åšita – morar – wohnen

> eipa – rir – lachen

> táu/tåu – cachoeira – Wasserfall

> itu – floresta – Wald

Vocabulário selecionado por von den Steinen do idioma Bakairí,
com tradução para o português e para o alemão

Estou tentando ler o quadro:
åpari é… nadar? E åšita é morar?
Gostei desse Karl von den Steinen, eu também iria querer aprender a falar a língua Bakairí.

— Sim, o Karl von den Steinen estudou muitos idiomas de povos originários. Imagina que, em 1887, havia umas 2.500 a 3 mil pessoas morando no Alto Xingu. O médico fez anotações linguísticas e sugeriu uma primeira classificação para os idiomas da América do Sul. Haveria, segundo o levantamento dele, quatro grandes famílias:
• Aruák
• Karib (incluindo o Bakairí)
• Tupi
• Jê
Karl encontrou representantes de todas elas em sua viagem. Procurou apreciar culturas diferentes e tentar olhar para si mesmo como os povos originários o olhavam.

— E os indígenas de hoje? Apesar de eu ter antepassados indígenas, não sei muito a respeito.

— Hoje, o IBGE calcula que haja 102 mil habitantes na região de Mato Grosso e Pará. No Brasil inteiro, são 869 mil pessoas que se consideram indígenas. Os dados são de 2010. Existem, agora, mais de 150 línguas e dialetos indígenas no país. Os grandes ramos são Tupi e Macro-Jê, além de 19 famílias linguísticas que não são agrupadas em troncos linguísticos. É um pouco mais complexo do que isso, mas, atualmente, no século XXI, há muitas outras línguas faladas no país além do português.

— Impressionante, Arabella. Você, além de falar muuuuito, parece uma enciclopédia. Na escola, aprendi que muitas palavras de uso normal vieram do Tupi: pipoca, tapioca, mandioca, carioca, canoa, capoeira…

— Muito bem!
Eu adoro falar, sim, e quero agora contar a história de um homem muito importante também… Theodor Koch-Grünberg!

Mapa de como Steinen classificou os idiomas na época

Cocar de penas da Coleção Steinen no Museu de Etnologia, em Berlim

Linguística: estudo das línguas humanas.

População indígena no Brasil em 2010

As pesquisas de Karl von den Steinen fundam a base de outros estudos sobre a Amazônia. Outros nomes importantes na pesquisa são: Herrmann Meyer, Paul Ehrenreich e Curt Unckel. Unckel, posteriormente, adotou o nome indígena que lhe foi dado pela comunidade Apapocuva-Guarani: Nimuendajú.

pipoca

tapioca

mandioca

carioca

canoa

capoeira

Idioma Bakairí

O vocabulário do idioma Bakairi está disponível em formato digital na Biblioteca Brasiliana Guita e José Mindlin:

https://digital.bbm.usp.br/view/?45000009053&bbm/4980#page/1/mode/2up

Trata-se de uma obra pioneira e completa, totalizando 403 páginas.

Karl von den Steinen

Steinen entendeu ser missão da etnologia observar e compreender culturas diferentes dentro de seu próprio contexto, e não julgá-las ou avaliá-las pelo prisma do observador. Possuía uma visão de um mundo racional.

Imagem de Steinen da festa do caxiri, uma bebida alcoólica fermentada.

Imagem da festa do caxiri. STEINEN, Karl von den. Durch Central-Brasilien. Leipzig: Brockhaus, 1886. P. 266a; Acervo do Instituto Martius-Staden].

Steinen descreve a figura principal da festa do caxiri minuciosamente:

“[…] um rapazola bonito, em ‘toilette’ muito cuidado e que manejava um comprido clarim. Tinha o cabelo oleado e partido ao meio, à frente o sinalzinho vermelho e musgoso; na trança dependurava-se uma comprida borla de missangas azues e brancas; em cada orelha fincava-se uma pena de arara e ao redor do pescoço um grosso colar de contas azues; nos antebraços, braceletes de algodão e debaixo do umbigo um cinturão de 16 cms. de largura, sem esquecer o pequeno ‘chapeuzinho’ de palha; sob o joelho ligas estreitas e os tornozelos estavam ornados de várias ordens de missangas de 5 cms. de largura e, no peito, finalmente, usava uma chave presa a um cordão. […]”

STEINEN, Karl von den. O Brasil central. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1942. P. 314.

Para mais informações, acesse o site do IBGE:

https://indigenas.ibge.gov.br/

19 famílias linguísticas

Acesse os troncos de línguas indígenas no Brasil:

Nimuendajú

Leia, no site Deutsche Welle, uma reportagem sobre Curt
Nimuendajú: “O alemão que revolucionou os estudos indígenas no Brasil”.

https://www.dw.com/pt-br/o-alem%C3%A3o-que-revolucionou-os-estudos-ind%C3%ADgenas-no-brasil/a-46675555