Alexander von Humboldt
Ganz genau! Exatamente. Meu nome científico homenageia Johann Baptist von Spix, um expedicionário. Nós vamos voltar no tempo e conhecê-lo pessoalmente. As expedições viajam para uma região para estudá-la e pesquisá-la em caráter científico. Spix foi um desses.
Uma expedição, além de ser uma viagem, é uma atividade de pesquisa, de levantamento de dados e compreensão de uma região. No início, percorriam vastas extensões de terra e faziam observações das mais diversas. Narrativas de viagens e muitos livros científicos foram produzidos após o retorno à Europa.
Depois, durante o Império Alemão (1871-1918), transformaram-se em pesquisas mais profundas, com mais tempo no local e menos preocupações com aspectos econômicos. Ganharam um interesse pela produção cultural das comunidades indígenas, como as suas lendas e mitos.
Além dos cientistas, que foram chamados de “viajantes naturalistas”, havia o artista viajante, as viajantes mulheres, os viajantes a trabalho. E ninguém faria nada disso sem a ajuda de habitantes locais, que eram guias nativos, tradutores, ajudavam nos primeiros contatos…
— Sim, por isso que vamos juntas, não é? Assim, posso te ajudar no português e nos contatos iniciais. Afinal, você é uma arara que fala muuuito, vão achar isso estranho.
Os participantes da segunda expedição de Karl von den Steinen, 1887 – 1888
— Claro, ele foi sehr wichtig, muito importante. Viajou de 1799 a 1804 e incentivou um grande número de pessoas a viajar.
Visitou muitos países nas Américas: territórios hoje, por exemplo, na Colômbia, em Cuba, no Equador, nos Estados Unidos, no México e na Venezuela, um cara ousado. Mas não conseguiu a autorização da Coroa Portuguesa para viajar pelo Brasil, uma pena.
Ele trouxe “o olhar dos viajantes”: primeiro observar a natureza e depois representar a natureza.
Influenciou muita gente. Aliás, se você estuda Geografia no colégio é por causa do Humboldt. Ele amava o espírito científico, entender a imensidão territorial, as riquezas naturais, tinha um fascínio pela Amazônia, como outros viajantes. Alexander von Humboldt visitou vários países do Novo Mundo…
— Novo Mundo? Ué, o planeta todo não tem a mesma idade?
— Ah, Irani, o “velho mundo” é a Europa. Lembre-se que, naquela época, as Américas, o “novo mundo”, eram uma novidade para quem vivia na Europa. Até então, só conheciam a Europa, a África e a Ásia.
— Hum… Aqui também fala do Carl von Linné. É um sueco que inventou a classificação universal para espécies biológicas desconhecidas. Queriam classificar tudo! Veja, Arabella, você é uma… Cyanopsitta spixii!
Rio de Janeiro, principal porto de entrada para os viajantes no século XIX. Pintura de Rugendas
Viajantes europeus encontram um grupo de indígenas. Pintura de Rugendas
— Vamos, Irani, venha ver a Máquina do Tempo!
(1525-1576) foi o primeiro viajante alemão a publicar um relato extenso sobre o Brasil, “Warhaftige Historia”. Impressa em 1557, a obra relata duas viagens que realizou ao Brasil entre os anos de 1548 e 1555. Confira a versão digital da obra:
Assista a uma animação sobre a trajetória e o trabalho realizado por Alexander von Humboldt (1769-1859). Nesse vídeo, George Mehler detalha as principais realizações de Humboldt e por que elas continuam sendo relevantes ainda hoje:
Capa de uma das obras de Carl von Linné [Coleções Agropolis-Museum]
Carl von Linné (1707-1778) foi um notável médico e botânico do século XVIII. Linné ficou conhecido por seu sistema de classificação, descrição e nomenclatura de seres vivos, que consistia numa aplicação universal e que estabelece, até os dias de hoje, grande parte dos grupos de animais e plantas.
“O seu empreendimento foi maior do que a classificação propriamente dita. A contribuição de Lineu é melhor dimensionada se entendermos que ele reuniu, ao sistema de classificação, uma sistemática de descrição e uma normatização para a nomeação das espécies e gêneros. Com suas definições e terminologia próprias, vertidas numa descrição telegráfica, o conjunto permitia um subproduto útil, o de permitir a rápida identificação de espécies.”
[PRESTES, Maria Elice Brzezinski; OLIVEIRA, Patrícia; JENSEN, Gerda Maísa. As origens da classificação de plantas de Carl von Linné no ensino de biologia. Filosofia e História da Biologia. Campinas: ABFHiB, v. 4, p. 101-137, 2009.]