Aqui na biblioteca do Instituto Martius-Staden há vários livros interessantes sobre alemães que visitaram o Brasil. Um dos primeiros foi
Hans Staden.

— Veja, Arabella, podemos usar como guia os livros do
Humboldt!

Gute Idee! Boa ideia!
Alexander von Humboldt!
Veja como era um rapaz bonito.

     Hans Staden

Alexander von Humboldt

Ganz genau! Exatamente. Meu nome científico homenageia Johann Baptist von Spix, um expedicionário. Nós vamos voltar no tempo e conhecê-lo pessoalmente. As expedições viajam para uma região para estudá-la e pesquisá-la em caráter científico. Spix foi um desses.
Uma expedição, além de ser uma viagem, é uma atividade de pesquisa, de levantamento de dados e compreensão de uma região. No início, percorriam vastas extensões de terra e faziam observações das mais diversas. Narrativas de viagens e muitos livros científicos foram produzidos após o retorno à Europa.
Depois, durante o Império Alemão (1871-1918), transformaram-se em pesquisas mais profundas, com mais tempo no local e menos preocupações com aspectos econômicos. Ganharam um interesse pela produção cultural das comunidades indígenas, como as suas lendas e mitos.
Além dos cientistas, que foram chamados de “viajantes naturalistas”, havia o artista viajante, as viajantes mulheres, os viajantes a trabalho. E ninguém faria nada disso sem a ajuda de habitantes locais, que eram guias nativos, tradutores, ajudavam nos primeiros contatos…

— Sim, por isso que vamos juntas, não é? Assim, posso te ajudar no português e nos contatos iniciais. Afinal, você é uma arara que fala muuuito, vão achar isso estranho.

Os participantes da segunda expedição de Karl von den Steinen, 1887 – 1888

— Claro, ele foi sehr wichtig, muito importante. Viajou de 1799 a 1804 e incentivou um grande número de pessoas a viajar. 

    Visitou muitos países nas Américas: territórios hoje, por exemplo, na Colômbia, em Cuba, no Equador, nos Estados Unidos, no México e na Venezuela, um cara ousado. Mas não conseguiu a autorização da Coroa Portuguesa para viajar pelo Brasil, uma pena.
    Ele trouxe “o olhar dos viajantes”: primeiro observar a natureza e depois representar a natureza.
    Influenciou muita gente. Aliás, se você estuda Geografia no colégio é por causa do Humboldt. Ele amava o espírito científico, entender a imensidão territorial, as riquezas naturais, tinha um fascínio pela Amazônia, como outros viajantes. Alexander von Humboldt visitou vários países do Novo Mundo…

— Novo Mundo? Ué, o planeta todo não tem a mesma idade?

— Ah, Irani, o “velho mundo” é a Europa. Lembre-se que, naquela época, as Américas, o “novo mundo”, eram uma novidade para quem vivia na Europa. Até então, só conheciam a Europa, a África e a Ásia.

— Hum… Aqui também fala do Carl von Linné. É um sueco que inventou a classificação universal para espécies biológicas desconhecidas. Queriam classificar tudo! Veja, Arabella, você é uma… Cyanopsitta spixii!

Rio de Janeiro, principal porto de entrada para os viajantes no século XIX. Pintura de Rugendas

Viajantes europeus encontram um grupo de indígenas. Pintura de Rugendas

— Vamos, Irani, venha ver a Máquina do Tempo!

Hans Staden

(1525-1576) foi o primeiro viajante alemão a publicar um relato extenso sobre o Brasil, “Warhaftige Historia”. Impressa em 1557, a obra relata duas viagens que realizou ao Brasil entre os anos de 1548 e 1555. Confira a versão digital da obra:

https://archive.org/details/staden/page/n11

Humboldt

Assista a uma animação sobre a trajetória e o trabalho realizado por Alexander von Humboldt (1769-1859). Nesse vídeo, George Mehler detalha as principais realizações de Humboldt e por que elas continuam sendo relevantes ainda hoje:

Capa de uma das obras de Carl von Linné [Coleções Agropolis-Museum]

Carl von Linné 

Carl von Linné (1707-1778) foi um notável médico e botânico do século XVIII. Linné ficou conhecido por seu sistema de classificação, descrição e nomenclatura de seres vivos, que consistia numa aplicação universal e que estabelece, até os dias de hoje, grande parte dos grupos de animais e plantas.

“O seu empreendimento foi maior do que a classificação propriamente dita. A contribuição de Lineu é melhor dimensionada se entendermos que ele reuniu, ao sistema de classificação, uma sistemática de descrição e uma normatização para a nomeação das espécies e gêneros. Com suas definições e terminologia próprias, vertidas numa descrição telegráfica, o conjunto permitia um subproduto útil, o de permitir a rápida identificação de espécies.”

[PRESTES, Maria Elice Brzezinski; OLIVEIRA, Patrícia; JENSEN, Gerda Maísa. As origens da classificação de plantas de Carl von Linné no ensino de biologia. Filosofia e História da Biologia. Campinas: ABFHiB, v. 4, p. 101-137, 2009.]