Vista da Fazenda da Mandioca, do barão de Langsdorff, obra de Thomas Ender

Que paisagem impressionante! Eu gostaria de navegar por esse rio.

Rio Cubatão perto de Santos, por Aimé-Adrien Taunay

Sehr schön, nicht wahr?
Muito bonito, não é?
Vamos espiar a Expedição Langsdorff!
Foi conhecida por trazer muitos artistas.

— Quem participou?

— A organização ficou a cargo do barão Georg Heinrich von Langsdorff, um médico e naturalista-viajante.
    Antes da expedição, o barão de Langsdorff esteve duas vezes no Brasil. Na primeira, como tripulante de uma navegação científica russa em 1803. Depois, retorna em 1813, assumindo o Consulado Geral da Rússia – nessa época, fez as suas primeiras missões exploratórias nas regiões do Rio de Janeiro e de Minas Gerais. Em 1819, retorna à Rússia.
    Na terceira vez, em 1821, ele veio em uma expedição com o apoio do governo russo e organizou uma viagem fabulosa: trouxe o botânico alemão Ludwig Riedel e três artistas: o artista alemão Johann Moritz Rugendas, o desenhista francês Hercule Florence e o artista francês Aimé-Adrien Taunay. Juntos, foram responsáveis por retratos do Brasil famosos até hoje.

— E qual foi a rota que pegaram? Usaram barcos dessa vez?

Ja klar! Sim, claro! Usaram barcos e percorreram 17 mil quilômetros entre os anos de 1824 e 1829! Tudo a serviço da Rússia Imperial (1721-1917).

— Imagino que conseguiram estudar bem a fauna e a flora do país…

— Sim, e também populações indígenas! 
    Nossa sorte é que o barão de Langsdorff registrou tudo em seus diários, hoje publicados em um livro com três volumes que narram das adversidades às maravilhas.
    Mas tudo era complicado: imagine que sofreram um ataque de mosquitos na região do Mato Grosso do Sul e contraíram doenças tropicais, como a malária. O próprio Langsdorff ficou doente, teve febre, perdas de memória e encerrou antes a expedição. Você acredita que ele faleceu em 1852, na Alemanha, sem lembrar da sua expedição?

— Puxa, que triste.
Foi dessa expedição que os materiais
ficaram guardados na Rússia?

— Essa mesmo. O material produzido e coletado ficou arquivado por cem anos na Rússia. Só em 1930 foi reencontrado e compartilhado em trabalhos. Mas Riedel, o botânico, chegou a colaborar também com a Flora Brasiliensis, de Martius, e ainda trabalhou como diretor na seção de botânica do Museu Nacional no Rio de Janeiro.

— Eu gostaria de saber mais sobre os artistas…

Vamos lá!

“O que eu vi aqui superou todas as minhas expectativas.
Parece-me algum mundo novo. Seu esplendor surpreendeu-me.”
– escreveu Langsdorff ao ver as paisagens da ilha brasileira de Santa Catarina (atual Florianópolis), em sua primeira passagem.

Mapa da expedição de Langsdorff ao Brasil

 Expedição Langsdorff

O documentário No caminho da Expedição Langsdorff refaz a rota original da Expedição Langsdorff, realizada entre 1824-1829. Do garimpo aos grupos indígenas, a equipe documentarista revive as emoções de uma perigosa aventura de 170 anos e milhares de quilômetros do Tietê ao Amazonas em três botes infláveis. O filme, traçando um paralelo entre passado e presente, mostra um Brasil que poucos conhecem, além de contar com a participação de Adriana Florence, tataraneta do artista que acompanhou Langsdorff pintando a expedição.
Assista ao filme no link abaixo: 

https://vimeo.com/groups/310694/videos/62281142

Ludwig Riedel

Retrato de Ludwig Riedel por Rugendas, óleo s/tela, 1846. [Imagem divulgação – Wikimedia Commons].

Ludwig Riedel (1790-1861) nasceu na Alemanha, participou da expedição de Langsdorff e trabalhou no Brasil por diversos anos coletando plantas para o Jardim Botânico de São Petersburgo. Ao aceitar um cargo de direção no Museu Nacional, na cidade do Rio de Janeiro, tornou-se o primeiro estrangeiro com um posto permanente no museu, fundando e dirigindo a seção de Botânica, Agricultura e Artes Mecânicas. Faleceu em 1861, no Rio de Janeiro.

Museu Nacional no Rio de Janeiro

Criado por Dom João VI, em 6 de junho de 1818, com o objetivo de atender aos interesses de promoção do progresso cultural e econômico do país, o Museu Nacional é a instituição científica mais antiga do país. Possui coleções de geologia, paleontologia, botânica, zoologia, antropologia biológica, arqueologia e etnologia. Hoje, é vinculado à Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
Em setembro de 2018, um incêndio de grandes proporções destruiu parte do acervo do Museu Nacional.
Confira um vídeo com um passeio virtual pelo Museu Nacional: